Não há flores na campa do Narciso
não há flores na campa da Margarida porque morreu a florista
não há quem os regue com o sal das lágrimas
não há quem os lave com a água dos olhos
não há quem afaste os cardos com esse ancinho ancião que coçava as costas dos finados
a Rosinha morreu
a Rosinha morreu e a irmã mais velha chora de secura a sua lápide
o seu jazigo de suores frios
e todas as flores estão secas mortas salgadas
e nada podem fazer pelos mortos que estão moribundos
a florista morreu e o cemitério está vivo
os mortos levantaram-se para consolar as flores
Poema do livro "o cheiro da sombra das flores" à venda em livrarias
Caríssimo João,
ResponderEliminarMe sinto honrado em visitar seu blog. Aliás, não só visitar mas tambem conhecer esta poesia extraordinária, profunda, incisiva, sensívell e apaixonada. Que apenas um artista, um poeta inteligente e totalmente conhecedor dos meandros da alma é capaz de compor seu moro em ti que tem cidades que cheguem é simplesmente uma obra-prima. Descobri-o atraves de um post da amiga e poeta Ianê Mello no facebook e não pensei duas vezes antes de acessar este magnífico blog. Parabéns. Convido-te a visitar http://emaranhadorufiniano.blogspot.com e postar por lá seus comentários que para mim seriam muito importantes. Grande abraço. Já lhe sigo.
Muito singelo e comovente o poema, vibra sensibilidade! Abraço
ResponderEliminarAdorei suas poesias e seus vídeos.Você é de uma sensibilidade extraordinária! Encantada!
ResponderEliminarAbraço