"Li verdade" in "livro de canções" de João Negreiros
Letra e voz - João Negreiros
Piano - Maria do Céu Camposinhos
Sonoplastia - Miguel Guerra
Edição - Alexandra Brito
Co-produção: Bolor Teatro e Teatro Universitário do Minho
Apoios: Instituto Português da Juventude; Universidade do Minho; Centro de Pesquisa e Interacção Cultural
Letra e voz - João Negreiros
Piano - Maria do Céu Camposinhos
Sonoplastia - Miguel Guerra
Edição - Alexandra Brito
Co-produção: Bolor Teatro e Teatro Universitário do Minho
Apoios: Instituto Português da Juventude; Universidade do Minho; Centro de Pesquisa e Interacção Cultural
Li verdade
o que vale é que os cadernos são baratos
o que vale é poderes coçar os chatos
o que vale é só a letra mesmo ao lado da argola
o que vale é que ainda não se paga o ar
o que vale é que aí dentro sendo
dentro a tua tola
o que vale é que não pagas p’ra pensar
se procuras aquilo que quer o outro
e não sabes bem o que te sabe a ti
se não sabes bem estás morto
se não falas perdigoto
então o que andas tu a fazer aqui?
liberdade é uma coisa a modos de usar
que se perde quando não se sabe usar
não precisas que ta tirem como quem está a cair
liberdade é bem mais leve que um menir
porque usá-la é quase como ir ao céu
é só a procura do que queres ser mesmo
não dizeres é viveres num mausoléu
a luz do Sol não é estar feito num torresmo
escolheres é tudo o que Deus te deu
sei bem que pareço uma catequista
dos insultos façam lista
há bocado era comunista
na verdade quem sabe de mim sou eu
ir ao céu não é viver no Sol
p’ra falares tira os lábios do anzol
liberdade não escolhe religião
liberdade não milita nem tem patrão
liberdade é só estar
e dar uso ao que tu és
liberdade é beijar
moças nos cafés
in "livro de canções" de João Negreiros