quinta-feira, 31 de dezembro de 2015



"felicidade por defeito"

respirar é o ritual
que não sabes fazer mal
é uma técnica que funciona até adormecida
o mentecapto decora
é p’ra dentro e para fora
como tudo na vida

no nascimento está a razão
para se andar aqui
ando a estudar essa emoção
desde o dia em que nasci

quando esqueces ofegante
quando te perdes de ti
se estrebuchas louco e errante
inspira-te que eu já sabia quando nasci

no nascimento está a razão
para se andar aqui
ando a estudar essa emoção
desde o dia em que nasci

se te disserem que o fazes mal
diz nasci a saber
se te disserem que o fazes bem
diz que foste lá atrás ver

se o que tinhas à partida
não estava estragado
manda embora quem te mandou fora
e te pôs em nenhum lado

no nascimento está a razão
para se andar aqui
ando a estudar essa emoção
desde o dia em que nasci

diz lá
gostas de respirar?
estás cansado de respirar?
tens vergonha de respirar?
não me digas que tens saudades
mesmo saudades da falta de ar
saudades da cabeça dentro d’ água
saudades da culpa e do sofrimento e da mágoa
se quiseres mesmo vou ali e trago-a

no nascimento está a razão
para se andar aqui
ando a estudar essa emoção
desde o dia em que nasci

tens saudades do que está longe?
a sério?
nesse convento és o único monge
essa clausura é p’ra mim mistério
saudades só sei ter do que está bem perto
abraçar o que está à mão é o único vício certo

no nascimento está a razão
para se andar aqui
ando a estudar essa emoção
desde o dia em que nasci

in "Livro de Canções do Manual da Felicidade" de João Negreiros

quarta-feira, 30 de dezembro de 2015



"O que eu sou é a felicidade de estar viva"

Gostava de sair à rua com um decote até ao chão. Um decote que mostrasse tudo, o cu, as mamas, o resto, tudo, até ao chão, até estar nua se não estivesse frio. Se estivesse frio podia estar quentinha vestida com meia-calça, mas toda nua por dentro da meia-calça e da camisola interior.
Gostava de poder andar nua na rua no Verão e poder olhar para os homens sem precisar de ter medo de eles olharem para mim.
Gostava de me chamar “o que é que foi, nunca viste?”.
Gostava que a rua fosse minha e que, na minha rua, os homens fossem cavalheiros paternos que não aprenderam o paternalismo.
Gostava de me poder rir como as adolescentes, nunca me ri como uma adolescente. Adoro o riso das adolescentes. Nunca fui adolescente, tenho saudades. Acho que passei da infância à idade adulta durante a noite… para a próxima faço directa para rir toda a noite enquanto mando sms a um puto giro que anda um ano à frente e que já repetiu duas vezes…
Quero desfilar com lantejoulas até cegar quem pede esmola e quero ser a melhor amiga das mulheres.
Eu não me visto linda por causa do sexo dos homens. Eu visto-me linda por mim. Eu dou-me aos homens por mim se eles forem bons, e ternos, e sãos, e puros, e sábios, e sinceros, e honestos, e lindos, e príncipes encantados com bom feitio e ogres malvados com bom coração.
O medo não me deixa vestir o que quero e o medo não me deixa despir quando quero mas, a partir de agora… a partir de agora mato o medo do meu guarda-roupa e visto a cor que me ficar melhor. A partir de agora vou vestir o mais ousado que a minha prudência quiser e o mais recatado que a minha coragem deixar.
Eu sou uma mulher. Não sou mulher para fazer inveja às outras mulheres. Sou mulher para ser vossa irmã. Eu sou uma mulher. Não sou uma mulher para provocar o homem. Eu compreendo-me só e dou-me aos outros só para partilhar o que sou com eles.
O que sou é isto. O que sou é a felicidade de estar viva. O que sou é a capacidade infinita de amar todos os que me rodeiam como se tivessem sido feitos para mim e para me entenderem.
Eu sou a mulher. Vivo para ti e tu és todos. Não faço nada de propósito mas se a minha felicidade e a minha beleza te inspirarem podes dizer-me bom dia e até podes amar-me incondicionalmente. Eu farei o mesmo.
Eu sou a mulher e visto-me a mim própria todos os dias para mim… e para ti.

Texto do livro "O Manual da Felicidade" de João Negreiros


"O que eu sou é a felicidade de estar viva"

Gostava de sair à rua com um decote até ao chão. Um decote que mostrasse tudo, o cu, as mamas, o resto, tudo, até ao chão, até estar nua se não estivesse frio. Se estivesse frio podia estar quentinha vestida com meia-calça, mas toda nua por dentro da meia-calça e da camisola interior.
Gostava de poder andar nua na rua no Verão e poder olhar para os homens sem precisar de ter medo de eles olharem para mim.
Gostava de me chamar “o que é que foi, nunca viste?”.
Gostava que a rua fosse minha e que, na minha rua, os homens fossem cavalheiros paternos que não aprenderam o paternalismo.
Gostava de me poder rir como as adolescentes, nunca me ri como uma adolescente. Adoro o riso das adolescentes. Nunca fui adolescente, tenho saudades. Acho que passei da infância à idade adulta durante a noite… para a próxima faço directa para rir toda a noite enquanto mando sms a um puto giro que anda um ano à frente e que já repetiu duas vezes…
Quero desfilar com lantejoulas até cegar quem pede esmola e quero ser a melhor amiga das mulheres.
Eu não me visto linda por causa do sexo dos homens. Eu visto-me linda por mim. Eu dou-me aos homens por mim se eles forem bons, e ternos, e sãos, e puros, e sábios, e sinceros, e honestos, e lindos, e príncipes encantados com bom feitio e ogres malvados com bom coração.
O medo não me deixa vestir o que quero e o medo não me deixa despir quando quero mas, a partir de agora… a partir de agora mato o medo do meu guarda-roupa e visto a cor que me ficar melhor. A partir de agora vou vestir o mais ousado que a minha prudência quiser e o mais recatado que a minha coragem deixar.
Eu sou uma mulher. Não sou mulher para fazer inveja às outras mulheres. Sou mulher para ser vossa irmã. Eu sou uma mulher. Não sou uma mulher para provocar o homem. Eu compreendo-me só e dou-me aos outros só para partilhar o que sou com eles.
O que sou é isto. O que sou é a felicidade de estar viva. O que sou é a capacidade infinita de amar todos os que me rodeiam como se tivessem sido feitos para mim e para me entenderem.
Eu sou a mulher. Vivo para ti e tu és todos. Não faço nada de propósito mas se a minha felicidade e a minha beleza te inspirarem podes dizer-me bom dia e até podes amar-me incondicionalmente. Eu farei o mesmo.
Eu sou a mulher e visto-me a mim própria todos os dias para mim… e para ti.

Texto do livro "O Manual da Felicidade" de João Negreiros


"O que eu sou é a felicidade de estar viva"

Gostava de sair à rua com um decote até ao chão. Um decote que mostrasse tudo, o cu, as mamas, o resto, tudo, até ao chão, até estar nua se não estivesse frio. Se estivesse frio podia estar quentinha vestida com meia-calça, mas toda nua por dentro da meia-calça e da camisola interior.
Gostava de poder andar nua na rua no Verão e poder olhar para os homens sem precisar de ter medo de eles olharem para mim.
Gostava de me chamar “o que é que foi, nunca viste?”.
Gostava que a rua fosse minha e que, na minha rua, os homens fossem cavalheiros paternos que não aprenderam o paternalismo.
Gostava de me poder rir como as adolescentes, nunca me ri como uma adolescente. Adoro o riso das adolescentes. Nunca fui adolescente, tenho saudades. Acho que passei da infância à idade adulta durante a noite… para a próxima faço directa para rir toda a noite enquanto mando sms a um puto giro que anda um ano à frente e que já repetiu duas vezes…
Quero desfilar com lantejoulas até cegar quem pede esmola e quero ser a melhor amiga das mulheres.
Eu não me visto linda por causa do sexo dos homens. Eu visto-me linda por mim. Eu dou-me aos homens por mim se eles forem bons, e ternos, e sãos, e puros, e sábios, e sinceros, e honestos, e lindos, e príncipes encantados com bom feitio e ogres malvados com bom coração.
O medo não me deixa vestir o que quero e o medo não me deixa despir quando quero mas, a partir de agora… a partir de agora mato o medo do meu guarda-roupa e visto a cor que me ficar melhor. A partir de agora vou vestir o mais ousado que a minha prudência quiser e o mais recatado que a minha coragem deixar.
Eu sou uma mulher. Não sou mulher para fazer inveja às outras mulheres. Sou mulher para ser vossa irmã. Eu sou uma mulher. Não sou uma mulher para provocar o homem. Eu compreendo-me só e dou-me aos outros só para partilhar o que sou com eles.
O que sou é isto. O que sou é a felicidade de estar viva. O que sou é a capacidade infinita de amar todos os que me rodeiam como se tivessem sido feitos para mim e para me entenderem.
Eu sou a mulher. Vivo para ti e tu és todos. Não faço nada de propósito mas se a minha felicidade e a minha beleza te inspirarem podes dizer-me bom dia e até podes amar-me incondicionalmente. Eu farei o mesmo.
Eu sou a mulher e visto-me a mim própria todos os dias para mim… e para ti.

Texto do livro "O Manual da Felicidade" de João Negreiros


"O que eu sou é a felicidade de estar viva"

Gostava de sair à rua com um decote até ao chão. Um decote que mostrasse tudo, o cu, as mamas, o resto, tudo, até ao chão, até estar nua se não estivesse frio. Se estivesse frio podia estar quentinha vestida com meia-calça, mas toda nua por dentro da meia-calça e da camisola interior.
Gostava de poder andar nua na rua no Verão e poder olhar para os homens sem precisar de ter medo de eles olharem para mim.
Gostava de me chamar “o que é que foi, nunca viste?”.
Gostava que a rua fosse minha e que, na minha rua, os homens fossem cavalheiros paternos que não aprenderam o paternalismo.
Gostava de me poder rir como as adolescentes, nunca me ri como uma adolescente. Adoro o riso das adolescentes. Nunca fui adolescente, tenho saudades. Acho que passei da infância à idade adulta durante a noite… para a próxima faço directa para rir toda a noite enquanto mando sms a um puto giro que anda um ano à frente e que já repetiu duas vezes…
Quero desfilar com lantejoulas até cegar quem pede esmola e quero ser a melhor amiga das mulheres.
Eu não me visto linda por causa do sexo dos homens. Eu visto-me linda por mim. Eu dou-me aos homens por mim se eles forem bons, e ternos, e sãos, e puros, e sábios, e sinceros, e honestos, e lindos, e príncipes encantados com bom feitio e ogres malvados com bom coração.
O medo não me deixa vestir o que quero e o medo não me deixa despir quando quero mas, a partir de agora… a partir de agora mato o medo do meu guarda-roupa e visto a cor que me ficar melhor. A partir de agora vou vestir o mais ousado que a minha prudência quiser e o mais recatado que a minha coragem deixar.
Eu sou uma mulher. Não sou mulher para fazer inveja às outras mulheres. Sou mulher para ser vossa irmã. Eu sou uma mulher. Não sou uma mulher para provocar o homem. Eu compreendo-me só e dou-me aos outros só para partilhar o que sou com eles.
O que sou é isto. O que sou é a felicidade de estar viva. O que sou é a capacidade infinita de amar todos os que me rodeiam como se tivessem sido feitos para mim e para me entenderem.
Eu sou a mulher. Vivo para ti e tu és todos. Não faço nada de propósito mas se a minha felicidade e a minha beleza te inspirarem podes dizer-me bom dia e até podes amar-me incondicionalmente. Eu farei o mesmo.
Eu sou a mulher e visto-me a mim própria todos os dias para mim… e para ti.

Texto do livro "O Manual da Felicidade" de João Negreiros

"O que eu sou é a felicidade de estar viva"

Gostava de sair à rua com um decote até ao chão. Um decote que mostrasse tudo, o cu, as mamas, o resto, tudo, até ao chão, até estar nua se não estivesse frio. Se estivesse frio podia estar quentinha vestida com meia-calça, mas toda nua por dentro da meia-calça e da camisola interior.
Gostava de poder andar nua na rua no Verão e poder olhar para os homens sem precisar de ter medo de eles olharem para mim.
Gostava de me chamar “o que é que foi, nunca viste?”.
Gostava que a rua fosse minha e que, na minha rua, os homens fossem cavalheiros paternos que não aprenderam o paternalismo.
Gostava de me poder rir como as adolescentes, nunca me ri como uma adolescente. Adoro o riso das adolescentes. Nunca fui adolescente, tenho saudades. Acho que passei da infância à idade adulta durante a noite… para a próxima faço directa para rir toda a noite enquanto mando sms a um puto giro que anda um ano à frente e que já repetiu duas vezes… 
Quero desfilar com lantejoulas até cegar quem pede esmola e quero ser a melhor amiga das mulheres. 
Eu não me visto linda por causa do sexo dos homens. Eu visto-me linda por mim. Eu dou-me aos homens por mim se eles forem bons, e ternos, e sãos, e puros, e sábios, e sinceros, e honestos, e lindos, e príncipes encantados com bom feitio e ogres malvados com bom coração.
O medo não me deixa vestir o que quero e o medo não me deixa despir quando quero mas, a partir de agora… a partir de agora mato o medo do meu guarda-roupa e visto a cor que me ficar melhor. A partir de agora vou vestir o mais ousado que a minha prudência quiser e o mais recatado que a minha coragem deixar.
Eu sou uma mulher. Não sou mulher para fazer inveja às outras mulheres. Sou mulher para ser vossa irmã. Eu sou uma mulher. Não sou uma mulher para provocar o homem. Eu compreendo-me só e dou-me aos outros só para partilhar o que sou com eles. 
O que sou é isto. O que sou é a felicidade de estar viva. O que sou é a capacidade infinita de amar todos os que me rodeiam como se tivessem sido feitos para mim e para me entenderem.
Eu sou a mulher. Vivo para ti e tu és todos. Não faço nada de propósito mas se a minha felicidade e a minha beleza te inspirarem podes dizer-me bom dia e até podes amar-me incondicionalmente. Eu farei o mesmo.
Eu sou a mulher e visto-me a mim própria todos os dias para mim… e para ti.

Texto do livro "O Manual da Felicidade" de João Negreiros


terça-feira, 29 de dezembro de 2015

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

quarta-feira, 23 de dezembro de 2015




"felicidade por defeito"


respirar é o ritual
que não sabes fazer mal
é uma técnica que funciona até adormecida
o mentecapto decora
é p’ra dentro e para fora
como tudo na vida

no nascimento está a razão
para se andar aqui
ando a estudar essa emoção
desde o dia em que nasci

quando esqueces ofegante
quando te perdes de ti
se estrebuchas louco e errante
inspira-te que eu já sabia quando nasci

no nascimento está a razão
para se andar aqui
ando a estudar essa emoção
desde o dia em que nasci

se te disserem que o fazes mal
diz nasci a saber
se te disserem que o fazes bem
diz que foste lá atrás ver

se o que tinhas à partida
não estava estragado
manda embora quem te mandou fora
e te pôs em nenhum lado

no nascimento está a razão
para se andar aqui
ando a estudar essa emoção
desde o dia em que nasci

diz lá
gostas de respirar?
estás cansado de respirar?
tens vergonha de respirar?
não me digas que tens saudades
mesmo saudades da falta de ar
saudades da cabeça dentro d’ água
saudades da culpa e do sofrimento e da mágoa
se quiseres mesmo vou ali e trago-a

no nascimento está a razão
para se andar aqui
ando a estudar essa emoção
desde o dia em que nasci

tens saudades do que está longe?
a sério?
nesse convento és o único monge
essa clausura é p’ra mim mistério
saudades só sei ter do que está bem perto
abraçar o que está à mão é o único vício certo

no nascimento está a razão
para se andar aqui
ando a estudar essa emoção
desde o dia em que nasci

in "livro de canções do manual da felicidade" de João Negreiros

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015


"Tudo de bom"

As coisas que acontecem acontecem sempre instantaneamente.
As coisas que nos fazem acontecer acontecem sempre instantaneamente.
As grandes mudanças são instantâneas como as diferenças.
Agradeço à mudança que me faz melhor porque a mudança que me faz melhor é a única que quero.
Quero mudar para melhor e quero só quem me muda para melhor.
Há pessoas com o dom de mudar e sou uma delas.
Mudo todos os dias muito porque tenho a necessidade de mudar muito, não por estar mal, mas por querer estar bem porque bem é melhor.
Quero agradecer a mim próprio por melhorar todos os dias e a todos os que me melhoraram. Estou viciado em evoluir. Acho que na semana passada era uma ameba e esta semana sou incrível e tenho células infinitas de contar. Para a semana que vem, vou-me achar uma ameba esta semana, e assim sucessivamente até ser o melhor que puder.
Todos nós temos a obrigação de sermos o melhor possível porque o melhor possível é o mínimo que podemos.
Agradeço a todos os que estiveram comigo na semana passada e que me fizeram ser o que sou nesta.
A verdade é que pode não ter passado uma semana, a verdade é que pode ter passado um dia ou um segundo ou um instante tão pequeno que por pouco não era inventado.
Para crescer não é preciso tempo, só é preciso perceber, querer muito e escolher a companhia certa.
És a minha companheira. Obrigado por seres a minha companhia, a minha companheira, a minha alma gémea falsa que só é igual bem lá dentro.
As únicas pessoas que nos querem bem são as que nos põem melhor.
Juntem-se já a quem vos faz bem sem querer, porque essas são as mesmas que vos fazem bem por querer.
Juntem-se siameses a quem vos constrói. Acrescentemos anexos até fazer de uma cabana um palacete e de um palacete o espaço todo que há, como um tecto para o mundo todo, um tecto por onde passe o Sol, a brisa e a chuva e o tudo de bom.
Tu és o tudo de bom porque me ensinas só que eu já sabia tudo. O homem, quando nasce, sabe tudo e compreende tudo. Isto de viver é só uma maneira de relembrar o que somos. E cada momento é um segundo de uma vida passada onde fomos extraordinários.
Estamos condenados à maravilha e acreditar nisso é o mesmo que respirar.

Texto de "O Manual da Felicidade" de João Negreiros


quinta-feira, 17 de dezembro de 2015



"Perfeito como as possibilidades"

Estas são as palavras que direi a mim própria quando precisar das palavras certas, repeti-las-ei nos dias bons para que as saiba de cor nos dias maus:
Levanta-te que a cama deixou de ser fofa no momento em que acordaste. Levanta-te com a vontade de quem quer fazer coisas até estar mais perto do que quer ser.
Levanta-te e procura uma coisa boa e sã para comer.
Depois lava-te até te sentires tão pura como sempre foste e serás.
Em seguida veste o mais perfeito que o dia deixar e pensa que este dia vai ser bom porque é hoje.
Este dia é bom porque é hoje.
E podes não ter vontade de viver e podes não ter vontade de sorrir, mas em vez disso tens de reserva as coisas boas que já fizeste e as coisas incríveis que estão por finalizar.
O antídoto para o peso de hoje é a força que sentias ontem.
Se alguma vez sentiste vontade isso é o precedente que te faz perceber que a vontade é criada por ti.
Se tudo isto te parecer falso tens razão.
Finge, finge, finge muito, finge bem, faz uma cena, uma grande cena, faz de conta que queres alimentar-te e vestir-te e lavar-te.
Faz de conta que queres sair de casa e trabalhar muito e com muita alegria.
Faz de conta que há sol e que chilreiam passarinhos rechonchudos enquanto atravessas a passadeira com o sinal a fechar.
Faz de conta que corre bem e que o mal é imaginário como as bruxas sem verrugas.
Abre hoje o precedente e se amanhã quiseres abre outro também.
Ama-te até andares mais rápido.
Adora-te até que pular seja altamente.
Admira-te como se te visses de cima quando voas e percebe que o que finges existe tanto como o que existe mesmo.
A diferença é o que tu queres e para os outros é indiferente.
Ninguém quer saber se sempre foste feliz ou se só começaste agora. O que interessa é que tenhas hoje forças para trabalhar por um mundo melhor.
E quando digo “por um mundo melhor” não digo o mundo todo.
Quando digo “por um mundo melhor” refiro-me à tua casa, ao teu emprego, ao teu dia, à tua noite, à tua saúde, às tuas pessoas, às tuas tardes, à tua comida, aos teus ideais, à tua roupa, à tua louça, aos teus fins de tarde, às tuas madrugadas, aos teus jantares, às tuas noites cerradas, à tua chuva miudinha.
Quando digo “por um mundo melhor”… Quando digo “por um mundo melhor” refiro-me ao teu mundo.
Isso mesmo, percebeste agora?
Quando digo “por um mundo melhor” refiro-me ao teu mundo.
Sê realista, começa pelo teu mundo.
Amanhã será um dia melhor e poderás salvar mundos melhores.
Hoje é só um dia bom, terás que te contentar com este mundo que, depois do que te disse, se tornou perfeito como as possibilidades.
Atingir o que podemos é a perfeição.
Fazer o que a força pode é a única tarefa.
Trabalhares todos os dias de hoje é a tua maneira de pagares pelo ar que tens andado a gastar.
Faz o esforço que a tua paixão quiser e esforça-te por te apaixonares todos os dias.

Texto d' "O Manual da Felicidade" de João Negreiros

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

terça-feira, 15 de dezembro de 2015

segunda-feira, 14 de dezembro de 2015



"Aprende a falhar"

Falha um sonho e acorda de vez.
Falha um objectivo e corre com o cansaço.
Falha por muito e fica mais perto.
Falha por pouco para ficares quase onde queres.
Falha muito como faz quem percebe que ser alguma coisa passa por quase ser.
Falha a concretização como quem dá valor ao que constrói.
Falha um compromisso e encontra outra pessoa.
Falha o que está longe e cresce como quem se estica.
Falha como conseguem os outros.
Falha e saberás o valor todo quando deixares de o fazer.
Falha e diverte-te à distância.
Falha, falha, falha, falha.
Falha como quem aprende que tudo no Mundo precisou de tentativas para existir.

Texto d'"O Manual da Felicidade" de João Negreiros

sábado, 12 de dezembro de 2015

Feira do Livro Solidária

João Negreiros estará presente na Feira do Livro Solidária, às 17h no próximo Domingo (13 de Dezembro) no Club Sportivo Nun'Álvares no Amial no Porto.
A verba da venda dos livros reverterá para a instituição "Crescer Ser - Cedofeita". 


quinta-feira, 10 de dezembro de 2015


"Perfeito como as possibilidades"

Estas são as palavras que direi a mim própria quando precisar das palavras certas, repeti-las-ei nos dias bons para que as saiba de cor nos dias maus:
Levanta-te que a cama deixou de ser fofa no momento em que acordaste. Levanta-te com a vontade de quem quer fazer coisas até estar mais perto do que quer ser.
Levanta-te e procura uma coisa boa e sã para comer.
Depois lava-te até te sentires tão pura como sempre foste e serás.
Em seguida veste o mais perfeito que o dia deixar e pensa que este dia vai ser bom porque é hoje.
Este dia é bom porque é hoje.
E podes não ter vontade de viver e podes não ter vontade de sorrir, mas em vez disso tens de reserva as coisas boas que já fizeste e as coisas incríveis que estão por finalizar.
O antídoto para o peso de hoje é a força que sentias ontem.
Se alguma vez sentiste vontade isso é o precedente que te faz perceber que a vontade é criada por ti.
Se tudo isto te parecer falso tens razão.
Finge, finge, finge muito, finge bem, faz uma cena, uma grande cena, faz de conta que queres alimentar-te e vestir-te e lavar-te.
Faz de conta que queres sair de casa e trabalhar muito e com muita alegria.
Faz de conta que há sol e que chilreiam passarinhos rechonchudos enquanto atravessas a passadeira com o sinal a fechar.
Faz de conta que corre bem e que o mal é imaginário como as bruxas sem verrugas.
Abre hoje o precedente e se amanhã quiseres abre outro também.
Ama-te até andares mais rápido.
Adora-te até que pular seja altamente.
Admira-te como se te visses de cima quando voas e percebe que o que finges existe tanto como o que existe mesmo.
A diferença é o que tu queres e para os outros é indiferente.
Ninguém quer saber se sempre foste feliz ou se só começaste agora. O que interessa é que tenhas hoje forças para trabalhar por um mundo melhor.
E quando digo “por um mundo melhor” não digo o mundo todo.
Quando digo “por um mundo melhor” refiro-me à tua casa, ao teu emprego, ao teu dia, à tua noite, à tua saúde, às tuas pessoas, às tuas tardes, à tua comida, aos teus ideais, à tua roupa, à tua louça, aos teus fins de tarde, às tuas madrugadas, aos teus jantares, às tuas noites cerradas, à tua chuva miudinha.
Quando digo “por um mundo melhor”… Quando digo “por um mundo melhor” refiro-me ao teu mundo.
Isso mesmo, percebeste agora?
Quando digo “por um mundo melhor” refiro-me ao teu mundo.
Sê realista, começa pelo teu mundo.
Amanhã será um dia melhor e poderás salvar mundos melhores.
Hoje é só um dia bom, terás que te contentar com este mundo que, depois do que te disse, se tornou perfeito como as possibilidades.
Atingir o que podemos é a perfeição.
Fazer o que a força pode é a única tarefa.
Trabalhares todos os dias de hoje é a tua maneira de pagares pelo ar que tens andado a gastar.
Faz o esforço que a tua paixão quiser e esforça-te por te apaixonares todos os dias.

Texto d' "O Manual da Felicidade" de João Negreiros


quarta-feira, 9 de dezembro de 2015


"Novo uso ao ar"

Perder a vontade
é nunca estar atento
é ganhar toda a idade
perder todo o alento

perder a ilusão
fugir às arrecuas
é perder paixão
é passear sem as ruas

continuar é o novo começo
o perseverante inventou o progresso
querer acordar é uma coisa sem preço
se sonho o amanhã a dormir enriqueço

e acreditar que há por que voar
é dar um caminho e novo uso ao ar

in "Livro de Canções do Manual da Felicidade" de João Negreiros

terça-feira, 8 de dezembro de 2015


"Aprende a falhar"

Falha um sonho e acorda de vez.
Falha um objectivo e corre com o cansaço.
Falha por muito e fica mais perto.
Falha por pouco para ficares quase onde queres.
Falha muito como faz quem percebe que ser alguma coisa passa por quase ser.
Falha a concretização como quem dá valor ao que constrói.
Falha um compromisso e encontra outra pessoa.
Falha o que está longe e cresce como quem se estica.
Falha como conseguem os outros.
Falha e saberás o valor todo quando deixares de o fazer.
Falha e diverte-te à distância.
Falha, falha, falha, falha.
Falha como quem aprende que tudo no Mundo precisou de tentativas para existir.

Texto d'"O Manual da Felicidade" de João Negreiros


O Presente

Pega no presente como se nascesses no Natal e não sofras com o que foi… que o que foi está longe como o que só foi agora uma vez.
Pega no presente e envolve-o lasso suficiente para caber quem gostas.
Pega no presente e começa de novo usando tudo para trás como informação tua noutra vida em que eras o mesmo… mas não tão perfeito.
Pega no presente e percebe que é o momento.
Pega no presente e sabe de cor interiormente, sem cábulas, tudo o que te aconteceu porque tudo o que te aconteceu fez sentido, e o sentido foi o que te trouxe até aqui, e aqui é perfeito para dar início a mais um momento áureo.
Pega no presente até ao infinito e perpetua o instante como o especial.
Pega no presente e torna-o tão único como a água e faz dele a pujança inequívoca de estar tão vivo como tudo o que é impressionante.
Pega no presente e pulsa o ritmo cadente de um músculo novo que nasce sem esforço porque se inventa como o vento e as marés.
Pega no presente e faz tudo de novo como se respirasses a coragem.
Pega no presente e acende-o como a luz faz ao escuro.
Pega no presente e mata o medo do teu vocabulário como se só tivesses cheta para um dicionário de bolso.
Pega no presente e faz dele o que virá. E do que foi soubeste ver tudo, gostaste de ver tudo, precisaste de ver tudo.
Pega no presente e sabe que o que se passou foi para te fazer e o que há-de vir há-de ser sempre já.

Texto do livro "O Manual da Felicidade" de João Negreiros

Interpretação: João Negreiros
Piano e Composição: Maria do Céu Camposinhos; 
Mazurka opus 1, nº2 
Sonoplastia: Miguel Guerra
Edição: Ana Catarina Miranda
Co-produção: Bolor Teatro e Teatro Universitário do Minho
Apoios: Instituto Português do Desporto e da Juventude; Universidade do Minho; Associação Académica da Universidade do Minho; Centro de Pesquisa e Interacção Cultural

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015


"Tenho um ciúme doido de quem não tem medo de perder o que tem"

O ciúme é o caroço do amor. É por isso que só como fruta partida e sem casca.
O meu amor é inventado por mim para outra pessoa que acha o mesmo que eu.
Se ciúme é gostar antes quero amar.
Se ciúme é amar antes quero um verbo novo para ser o que gosto em ti.
Controlar o outro é exactamente o impossível por isso descontrolo o outro para que a minha influência seja o que quero para mim.
Não sei o que estás a fazer neste momento mas se mo disseres acredito em mim.
Tens ciúmes do namoradinho, és parva.
Tens ciúmes do primo que tinha mais brinquedos, és um triste.
Tens ciúmes da bandeira de outro país, emigra… palhaço.
Tens ciúmes da gaja boa… vai pôr umas mamas. 
Tens ciúmes do carro do Armindo… vai tirar o passe.
Tens ciúmes porque é giro, arranjaste um par de cornos.
Tens ciúmes meus, ciúmes do cão, ciúmes do canário, ciúmes da titi, ciúmes da infância do Juvenal porque tinha carrinhos de colecção.
O ciúme não é amor. O ciúme é o furúnculo mesmo ao lado do olho do cu do amor e não serve para provar o afecto mas para provar que quem tenta amar e não consegue falha porque é invejoso, desconfiado, fraco e pequeno.
Eu acho-me maravilhoso e isso é maravilhoso.
Achar-me bom é o único antídoto que pode impedir a maldade de quem quero.

Texto do livro "O Manual da Felicidade" de João Negreiros