domingo, 10 de abril de 2016

ao vivo - "Acabamentos" de João Negreiros

Sexo, violência, explosões, atentados... não! É melhor não... Comecemos de novo... Queridos amigos, eis um poema inédito que fará parte do meu novo livro. Neste vídeo podem ouvi-lo dito por mim e acompanhado a guitarra por Edgar Ferreira. Espero que gostem! Da próxima juro que faço uma coisa com mais sangue... ou talvez não... eu sou como aqueles putos que não gostam de cabidela e que pedem à mamã para fazer para eles à parte... sem sangue... para mim é sem sangue. Abraço e sejam felizes. Para desgraças já temos que chegue. Ouçam e leiam... faz muito bem.



"Acabamentos"

Acreditar que o que o outro nos dá é bom é tão bom como acreditar que existe ainda alguma coisa para nós.
Acreditarmos que existe algo para nós é acreditar que há ainda espaço para evolução.
Acreditar que há espaço para evolução é acreditar que isto ainda não acabou.
Acreditar que isto ainda não acabou é bom porque só assim posso ser algo… e algo é melhor do que nada porque algo é tudo.
Prefiro correr o risco de morrer com comida envenenada do que morrer de fome olhando para ela.
Corro o risco como se o outro fosse o bom e o bom que acho do outro fá-lo melhor exactamente como manda a imaginação.
Confio em ti. Confio em ti.
Sou interesseira, quero o que tem para mim.
Sou materialista relativamente ao que é imaterial. Sou apegada ao que se pega com braços… e abraços… e mãos e outras coisas de agarrar: confio em ti. Confio em ti como faz a vida quando nasce. Por isso amam os homens as suas crianças… as crianças confiam… confiam porque não têm outro remédio e lá está… é remédio santo.
E só acredito que o que tens para mim me falta porque sei que ainda não estou acabada.

João Negreiros

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