os olhos
se um gesto me definisse seria o de te afastar o cabelo para te ver melhor o rosto que me enche de bravura
e só te vejo pelos meus olhos por serem os que te vêem mais bela
por isso os escolho sempre
tenho os olhos feitos à medida da tua cara
e só tenho olhos para ti
quando não estás sou invisível e quase invisual
a visão não me serve de nada
vejo mas sem cor e é pior que a preto e branco
é desfocado
é esbatido
e sem chama
e sem cheiro
contigo cheira bem
sabe bem
ouve bem o que digo porque é sincero porque se não fosse todo eu era falso
tenho os olhos feitos à medida da tua cara
e só tenho olhos para ti
quando não estás sou invisível e quase invisual
a visão não me serve de nada
vejo mas sem cor e é pior que a preto e branco
é desfocado
é esbatido
e sem chama
e sem cheiro
contigo cheira bem
sabe bem
ouve bem o que digo porque é sincero porque se não fosse todo eu era falso
cada falso que há aí merecia cadeia ou morte
mas com os teus braços finos a fazer as vezes da corda que me serpenteia o pescoço para me matar de felicidade
e só te quero a ti
e só te vejo a ti como a última noite do Verão mais quente
com o céu mais estrelado
com a lua mais cúmplice
com os gestos mais carinhosos
e tiro-te o cabelo da frente com a ajuda da minha mão direita que só existe para isso
mas com os teus braços finos a fazer as vezes da corda que me serpenteia o pescoço para me matar de felicidade
e só te quero a ti
e só te vejo a ti como a última noite do Verão mais quente
com o céu mais estrelado
com a lua mais cúmplice
com os gestos mais carinhosos
e tiro-te o cabelo da frente com a ajuda da minha mão direita que só existe para isso
e vou para te beijar mas não o faço
hesito porque os meus olhos pediram-me que os deixasse olhar para ti mais uma vez
e eu deixo para eles não chorarem muito
hesito porque os meus olhos pediram-me que os deixasse olhar para ti mais uma vez
e eu deixo para eles não chorarem muito
in a verdade dói e pode estar errada, de João Negreiros
Não resisto (mais uma vez) posso publicar no meu blogue?
ResponderEliminarLindo. Demais. Doloroso esta coisa de amar...
cduxa
Olá, João!
ResponderEliminarLindo poema, mereceu o prêmio!
Abraços...
Cada vez que te vejo e oiço me surpreendes mais não só pela maravilha dos teus versos, como pelaforma como os dizes. Parabéns. Pena que só tenha tido conhecimento do teu trabalho através do Facebook, acho que mereces mais, muito mais divulgação. Um beijinho se o permites a uma admiradora "cota".
ResponderEliminarencantadamente merecido o olhar dos que escolheram teu poema, João. parabéns!
ResponderEliminarGostei João.Falar sobre o amor e escrever sobre o amor é cada vez mais raro. A geração actual não é de grandes romantismos, tudo é muito prático e pragmático...Felizmente ainda vão aparecendo alguns românticos como você, que se assumem como tal e que proporcionam aos cotas como o meu o prazer imenso de sonhar!...
ResponderEliminarUm olhar de poeta sobre os olhos, o próprio olhar e, acima de tudo, o Amor e o Amar. Gostei imenso! Parabéns. :)
ResponderEliminarSeu poema é belíssimo. O tema, dos mais difíceis, porque já muito cantado em prosa e verso. Quando pensamos, então, que já lemos tudo, todas as declarações de amor, todos os sofrimentos e todas as alegrias, vem um poema tão belo quanto o seu. Parabéns!
ResponderEliminarperfeito!!
ResponderEliminarele é puro extase!!!
ResponderEliminarJoão
ResponderEliminarPegas nas palavras como um guerreiro pega na espada.
O teu poema tem a força do sentimento mais sublime: o amor.
A poesia é isso mesmo: inquietação.
Parabéns
Alberto Páchê
Um amor juvenil! Fresco! Adolescente=)
ResponderEliminarÉ assim que sinto estas palavras!
Muito especial=)
O MELHOR DOS ÚLTIMOS 10 ANOS...e não e exagero
ResponderEliminarEste comentário foi removido pelo autor.
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