Belém azeda como açúcar sem
cana
os reis magros estacaram
frente à cabana
a estrela perdeu-os e
confundiu-se com a Lua
o menino sem presentes mama
a verdade nua
e prostrada nas palhinhas
está a esperança que tu
tinhas
prostrada nas palhinhas
estão as tuas e as minhas
luziu tanto até ser dia
surge à noite a crença clara
faz-se gente em palha fria
e a esperança ninguém ampara
este Natal não tem ouro
o incenso paira no estrume
à vaca arrancaram o couro
e a Senhora deu luz sem lume
poema do livro "o acaso é um milagre" de João Negreiros
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